Acho que tá na hora experimentar com um blog então

 [Resolvi tentar escrever os posts em duas línguas então bora ver se dá certo isso.  Post original.]

Faz um tempo que eu tenho pensado que preciso de um lugar pra colocar pra fora meus pensamentos sem as restrições dos 280 caracteres do recém-falecido Twitter. Não vou esconder que essa ideia é fortemente inspirada pelo blog In the Dark, do Prof. Peter Coles, que leio e acompanho desde que era estudante de mestrado na USP, lá por volta de 2013. Eu não tenho muitas expectativas de que alguém vá ler este blog, mas também não vou esconder que ele existe e nem o conteúdo do que eu vou escrever aqui — como fiz com outras plataformas que usei no passado para expressar meus pensamentos e sentimentos. Tentar sobreviver nesta academia europeia do capitalismo tardio (talvez pós-capitalista?) não tem sido nada fácil. Minha esperança é que este blog sirva como uma válvula de escape dos “horrores”, chatices e derrotas cotidianas na minha tentativa de sobreviver a esta carreira.

Ou talvez eu vá esquecer deste blog por meses, só pra voltar aqui com aquela falsa promessa de reativá-lo de novo. Sei lá. Quem se importa?!

    A verdade é que, mesmo que esse blog sobreviva, a academia decidiu que eu só tenho mais um ano e meio (mais ou menos) de vida útil. Depois disso, vou ser considerado velho demais para qualquer edital de pesquisa iniciante europeu e sueco. Sem nunca ter sido contemplado por um desses editais, realisticamente, jamais receberei nenhum edital de carreira mais avançado e nunca vou conseguir um emprego estável na academia (se é que isso ainda existe). De certa forma, esse blog serve para documentar minhas lutas tentando sobreviver no que sobrou da academia, depois da dominação cultural completa da contra-revolução neoliberal (essa interpretação pseudo-científica equivocada de seleção natural aplicada ao nosso cotidiano).

    Eu não posso te prometer, meu leitor ou leitora fictício(a), que o que eu vou escrever aqui vai ser interessante. Só o que eu posso prometer (ao menos para mim) é que vou tentar usar este espaço para escrever meus pensamentos sinceros, seja lá o que me vier à cabeça. O que eu quero deixar claro é que vou evitar ao máximo “dar nome aos bois” e tornar qualquer personagem identificável. Quando eu falar de alguma situação que envolva colegas ou acadêmicos hierarquicamente superiores (leia-se, membros da classe dominante acadêmica, aqueles que determinam se nós merecemos ou não dinheiro de pesquisa ou até mesmo um emprego), vou mudar tantos detalhes quanto forem necessários. É possível até que alguns dos personagens ou situações que eu mencionar aqui nem tenham existido. Então, se tu estiver lendo esse blog e pensando “bah, ele tá falando sobre mim!”, possivelmente eu não estou. Mals aí, mas tu provavelmente não é assim tão importante quanto pensa.

    Pra terminar, sobre o nome que escolhi pra esse blog: faz tempo que minha persona nas redes sociais para questões mais públicas tem sido Cosmonist (uma jogadinha de palavras que só meio/meia entendedora vai sacar…). Pra continuar com o trocadilho, imaginei que um lugar onde eu manifeste minhas ideias só poderia se chamar “The Cosmonist Manifest” (“O Manifesto Cosmonista”). Mas isso não tem nada a ver com o “tweet” de 1848 na conta do Marx e Engels… Juro! Bom, como ficou claro com esse post traduzido aqui, vou tentar, inicialmente, escrever posts em inglês e português, ou talvez alguns posts só em uma língua, sei lá. Nem todo post que eu traduzir será ao pé da letra, muito pelo contrário. Mas de fato, algumas coisas fluem melhor pra mim no bom e velho PT-BR. Vamos ver onde esse experimento nos leva. Não sei direito quem eu espero que leia isso e nem se vou ter energia pra manter um blog bilíngue. Mas, novamente, não espero que ninguém vá ler isso aqui. Mesmo assim, vou compartilhar em qualquer vestígio restante de redes sociais que ainda não tenha sido completamente dominado por neo-n*zis.

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